Equador: entre os Andes e a Amazônia
Ciudad Metad del Mundo |
Vista do Hostel Casa Bambu |
Já que viajamos na baixa temporada optamos por contratar
previamente, além dos voos de ida e volta, apenas a primeira noite de
hospedagem, em Quito. Assim, ficamos livres para determinar nosso roteiro ao
longo da viagem.
Cerveja com cacau |
Ficamos dois dias na capital, em altitude aproximada de 2850
metros. No primeiro dia conhecemos a “metade
do mundo”, onde passa a linha do Equador. No segundo fizemos uma caminhada do
ponto alto do teleférico até um vulcão inativo chamado Rucu Pechincha. Uma caminhada
em pouco mais de 4 mil metros, um belíssimo percurso em um dia ensolarado mas com
vento frio. Próximos à cratera do vulcão o caminho tornou-se cada vez mais íngreme
e o terreno mais difícil de ser percorrido. Sentimos a altitude de
aproximadamente 4600m. Cansaço, tonturas, confusão mental, dificuldades em
falar, respiração difícil. Os caiçaras, que das praias de Santos não estavam
aclimatados o suficiente. Vimos parte da cratera, mas por segurança voltamos e não
chegamos ao ponto mais alto, porém, certos de termos feito o nosso melhor.
Paylón del Diablo |
Fomos então ao Sul do país para descansar em Baños de Água
Santa, garantindo um dia de banhos em águas termais, saunas e massagens. A Capital
do Turismo de Aventura no país nos possibilitou atividades como a tirolesa em
posição “superman” e visita a cachoeira “Pailón del Diablo”, na Ruta de las
Cascadas.
Rumi - uma arara de estimação |
Queríamos ainda uma experiência junto a alguma comunidade
indígena na Amazônia Equatoriana. Assim, contratamos uma excursão guiada de
introdução à selva. Foi um dia maravilhoso! Dança, artesanatos, zarabatanas, conhecemos
a bela cachoeira Hola Vida, com dupla queda d´água e de temperatura amena,
experimentamos delícias da culinária local e a tarde fizemos um percurso espetacular
descendo o rio Puyo, na Reserva Puyo Punga, embarcados em canoas de madeira de
um tronco.
Pintura facial |
Recepção de turistas na tribo Cotococha |
De volta a Baños pegamos um ônibus noturno para Cuenca. Lá
começamos, como em Quito, fazendo um walking
tour e nos deparamos com um centro histórico belíssimo e bem preservado. Um
patrimônio mundial.
Centro histórico de Cuenca |
Nossa última aventura foi visitar o vulcão Cotopaxi
(garganta da Lua). Mais um desafio físico. Contratamos um guia, que nos levou
de Latacunga, onde nos hospedamos, até o Parque Nacional Cotopaxi. Fizemos uma
parada em um centro de informações para visitantes e tomamos um chá de coca
para aliviar os sintomas da altitude. Nosso experiente guia, que atua há mais
de vinte anos no parque lamenta o derretimento do gelo próximo ao cume do
vulcão e em decorrência do aquecimento global. Aos pés do vulcão, se revelou
entre as nuvens possibilitando a nossa foto. Começamos a subida mais uma vez
sofrendo com a altitude. O percurso era bem mais curto, porém alcançamos uma
altitude superior chegando próximos aos 5 mil metros no Refúgio José Ribas. Começou
a chover com fortes ventos e até nevou quando o guia disse que era inviável
chegarmos às geleiras. Satisfeitos com a vista fantástica, tomarmos um
chocolate quente. Aliás, o Equador é a terra do chocolate!
Tempestade de Neve no vulcão Cotopaxi |
Nossa viagem de 10 dias ficou com gostinho de quero mais,
pois ainda faltou conhecer a região costeira e Galápagos. Quem sabe em outra
oportunidade!
Diogo Dias Fernandes Lopes – turismólogo, guia de turismo e diretor da agência Parceiros do Turismo.
Catharina Apolinário – jornalista, fotógrafa e guia de
turismo.