Algumas agências determinam quais são estabelecimentos de alimentos e bebidas que serão contemplados no programa negociando previamente os valores e o cardápio. Mas muitas vezes, principalmente em passeios privativos, o guia tem a tarefa de sugerir o restaurante a ser utilizado.
Analisando o perfil dos seus clientes e questionando-os sobre seus desejos, o guia tende a ser assertivo na escolha. É importante saber, por exemplo, se o turista busca um lanche rápido para continuar a programa, ou se gostaria de ter mais tempo para conhecer a culinária local e seus ambientes gastronômicos.
Sua expectativa de gasto também deve ser analisada. Afinal, não é bom que o cliente gaste acima do que poderia ou gostaria, mas também não há satisfação quando as expectativas são grandes e a comida, o serviço ou o ambiente não as atendem.
Falando sobre a capital, certamente o local onde mais levo turistas é o Mercado Municipal. Lá, destaco o restaurante Salada Paulistana e os boxes dos Irmãos Gomes, principalmente pelo bom atendimento. Estes locais oferecem, como em tanto outros os sanduíches de mortadela e os pasteis de bacalhau, os queridinhos do Mercadão.
A localização do restaurante pode facilitar a logística do passeio. Neste caso, aproveitando as visitas ao Beco do Batman, conheci o Canto da Madalena, com ótima comida nordestina e decoração marcante. E aproveitando as andanças pelo centro histórico há várias opções como o Bovinu´s da Rua XV de Novembro, para um almoço rápido e de qualidade no sistema “por quilo” e a tradicionalíssima Casa Mathilde, para um cafezinho com um dos inúmeros doces portugueses, como o pastel de nata.
Quando há tempo para o deslocamento a Rua do Pinheiros, por exemplo, é um local com várias opções, assim como a Rua Avanhandava, ótima escolha noturna, principalmente para as massas.
Fogo de Chão e Vento Aragano são boas opções para churrasco no sistema rodízio. Geralmente frequento esses locais levando grupos.
O conhecimento do guia e sua perspicácia em pesquisar são importantes quando os clientes têm suas necessidades ou preferências relacionadas às restrições alimentares ou suas crenças culturais e religiosas, por exemplo. É o caso de judeus e povos muçulmanos que podem buscar comida kosher ou halal. E mesmo em São Paulo, a capital gastronômica nacional, não é fácil encontrar. Indianos também adoram ir em restaurantes que oferecem suas comidas. Neste caso, adorei o Samosa, no Jardins.
E o mesmo acontece com os chineses. Há boas opções na Liberdade.
Guias de turismo, são colegas que podem dar boas dicas.
Enfim, a decisão da escolha do local para se alimentar é muito importante para a satisfação do turista. Pode ser a doce cereja do bolo ou gerar insatisfação pela inadequação ou mal serviço prestado no local e consequentemente afeta a satisfação geral com relação aos serviços prestados.
Por isso, conhecer uma ampla gama de possibilidades é importante tanto para o guia, quanto para as agências. E a familiaridade com o ambiente e os funcionários ajuda a fluência e a qualidade dos serviços. O guia precisa fazer um bom briefing antes da chegada. Falar como funciona o sistema de atendimento, o que está incluso (se estiver) e estar sempre atento dentro do restaurante para auxiliar no atendimento ou indicar o local dos sanitários, por exemplo.
Somos os últimos a nos acomodar para a refeição. E nesse momento, tem vezes que compartilhamos a mesa com nossos clientes e outras com colegas de trabalho. Mas certamente é um dos melhores momentos do dia!
Guias de turismo são agentes influenciadores. Por isso devem ser bem tratados! Rs