terça-feira, 27 de abril de 2021

O conhecimento gastronômico na rotina do Guia de Turismo.

 


Quando se trata de receber bem o turista, as agências e os guias de turismo, em grande parte dos casos, devem oferecer um tempo para refeições. Isso pode acontecer tanto em passeios curtos de três ou quatro horas, como nos programas longos, que podem durar dias.
Algumas agências determinam quais são estabelecimentos de alimentos e bebidas que serão contemplados no programa negociando previamente os valores e o cardápio. Mas muitas vezes, principalmente em passeios privativos, o guia tem a tarefa de sugerir o restaurante a ser utilizado.
Analisando o perfil dos seus clientes e questionando-os sobre seus desejos, o guia tende a ser assertivo na escolha. É importante saber, por exemplo, se o turista busca um lanche rápido para continuar a programa, ou se gostaria de ter mais tempo para conhecer a culinária local e seus ambientes gastronômicos.
Sua expectativa de gasto também deve ser analisada. Afinal, não é bom que o cliente gaste acima do que poderia ou gostaria, mas também não há satisfação quando as expectativas são grandes e a comida, o serviço ou o ambiente não as atendem.
Falando sobre a capital, certamente o local onde mais levo turistas é o Mercado Municipal. Lá, destaco o restaurante Salada Paulistana e os boxes dos Irmãos Gomes, principalmente pelo bom atendimento. Estes locais oferecem, como em tanto outros os sanduíches de mortadela e os pasteis de bacalhau, os queridinhos do Mercadão.
E como não podemos deixar de comentar, principalmente para estrangeiros, sobre a feijoada como prato de destaque nacional, há dois estabelecimentos que servem todos os dias. O famoso Bolinha, onde dizem que há a melhor feijoada do Brasil e o Consulado Mineiro.
A localização do restaurante pode facilitar a logística do passeio. Neste caso, aproveitando as visitas ao Beco do Batman, conheci o Canto da Madalena, com ótima comida nordestina e decoração marcante. E aproveitando as andanças pelo centro histórico há várias opções como o Bovinu´s da Rua XV de Novembro, para um almoço rápido e de qualidade no sistema “por quilo” e a tradicionalíssima Casa Mathilde, para um cafezinho com um dos inúmeros doces portugueses, como o pastel de nata.
Quando há tempo para o deslocamento a Rua do Pinheiros, por exemplo, é um local com várias opções, assim como a Rua Avanhandava, ótima escolha noturna, principalmente para as massas.
Fogo de Chão e Vento Aragano são boas opções para churrasco no sistema rodízio. Geralmente frequento esses locais levando grupos.

E há vários outros que representam bem a nossa culinária, como Dalva e Dito, Figueira Rubayat, Consulado Baiano e A Mineira. Cito apenas os que me vêm à cabeça.
O conhecimento do guia e sua perspicácia em pesquisar são importantes quando os clientes têm suas necessidades ou preferências relacionadas às restrições alimentares ou suas crenças culturais e religiosas, por exemplo. É o caso de judeus e povos muçulmanos que podem buscar comida kosher ou halal. E mesmo em São Paulo, a capital gastronômica nacional, não é fácil encontrar. Indianos também adoram ir em restaurantes que oferecem suas comidas. Neste caso, adorei o Samosa, no Jardins.


E o mesmo acontece com os chineses. Há boas opções na Liberdade.
Guias de turismo, são colegas que podem dar boas dicas.
Enfim, a decisão da escolha do local para se alimentar é muito importante para a satisfação do turista. Pode ser a doce cereja do bolo ou gerar insatisfação pela inadequação ou mal serviço prestado no local e consequentemente afeta a satisfação geral com relação aos serviços prestados.
Por isso, conhecer uma ampla gama de possibilidades é importante tanto para o guia, quanto para as agências. E a familiaridade com o ambiente e os funcionários ajuda a fluência e a qualidade dos serviços. O guia precisa fazer um bom briefing antes da chegada. Falar como funciona o sistema de atendimento, o que está incluso (se estiver) e estar sempre atento dentro do restaurante para auxiliar no atendimento ou indicar o local dos sanitários, por exemplo.
Somos os últimos a nos acomodar para a refeição. E nesse momento, tem vezes que compartilhamos a mesa com nossos clientes e outras com colegas de trabalho. Mas certamente é um dos melhores momentos do dia!
Guias de turismo são agentes influenciadores. Por isso devem ser bem tratados! Rs