terça-feira, 10 de dezembro de 2024

 

Relato de Viagem

Bolívia, Estado Plurinacional.


A Bolívia não é um dos países mais procurados para o turismo na América do Sul. É um país em desenvolvimento, com grande parte da população pobre.

A região possuía diferentes povos indígenas, foi dominada pelos Incas e posteriormente pelos Espanhóis. Uma história de muitas guerra, invasões e injustiças.

Simon Bolívar foi o libertador e o nome do país deriva do seu nome. Um país constituído em 1825.

Quando pensava juntamente com a minha companheira, a Vanessa, um lugar para viajar lembrei do país, já que há poucos anos atrás eu tinha ido para o deserto do Atacama no Chile que fica próximo ao deserto de sal boliviano o Uyuni e tive muita vontade de visitar.

A decisão de viajar foi muito rápida, já que conseguimos uma brecha em nossas agendas. Reservamos 11 dias e definimos o roteiro de acordo com o voo mais em conta: Guarulhos (SP) / Santa Cruz de la Sierra (Santa Cruz), Bolívia. Seria a nossa primeria viagem internacional juntos.

Analisamos que teríamos que ir a Sucre também de avião, já que as distâncias eram longas. Por isso, compramos o voo de ida e de volta Santa Cruz / Sucre / Santa Cruz, pela companhia Boliviana (BOA).

E a aventura começou conforme fomos escrevendo no diário com muitas fotos, nos Facebooks: @parceirosdoturismo e @diogodiaslopes:

 

Quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Dia 1 - Santos / Guarulhos / Santa Cruz de la Sierra.


Chegamos a Bolívia por volta das 12:20, hora local, uma hora a menos que o horário de Brasília.

Do aeroporto pegamos um ônibus e depois um Uber para chegar ao hostel Nomad, no coração da cidade.

Comemos rapidamente e depois de buscar informações turísticas, resolvemos ir ao Bioparque Güembé, um pouco afastado da cidade. Um motorista de Uber se negou a nos levar até lá por ser longe.

Já tínhamos pesquisado na internet sobre locais de interesse turístico. O Trip Advisor apresentava ele na lista dos principais atrativos.

Fomos surpreendidos com o parque aquático. Porém foi o borboletário e o aviário que nos fez ter a certeza de que tomamos a decisão certa.








Conhecemos um pouco sobre a metamorfose da borboleta e chegamos ao surreal aviário. O maior da América do Sul, onde belos pássaros ficavam bem próximos e voavam na vegetação amazônica.

Parecia um Jurassic Parque!

A noite fomos jantar no povoado de Porongo e na volta tomamos “o melhor sorvete da Bolívia” na Casa Cero.

Cansados, tomamos um Cocalero Tonic para relaxar.

No dia seguinte sairíamos cedo para Sucre.


Dia 2 - Sucre (capital).



                                                      Levantamos cedo para o nosso voo das 8:35, com destino a Sucre.


Antes do pouso já se notava uma geografia totalmente diferente. À Bolívia é divida em três grandes características físico geográficas: a Amazônia, a Cordilheira dos Andes e as planícies.

Tem uma das maiores biodiversidades mundiais e sofre com a biopirataria, conforme o monitor do parque Guembé nos informou.

Nos hospedamos no Recoleta Sur Hostal e já sentimos os efeitos da maior altitude ao subir as escadas com a bagagem.

Resolvemos “bater perna” para trocar dinheiro. Em Sucre, a cotação é similar a de Santa Cruz de la Sierra, onde o Real equivale a cerca de 1,80 BOL (bolivianos).

Percebemos que as coisas são significativamente mais baratas quando almoçamos muito bem por 22 BOL, por pessoa, com um “menu” completo incluindo, saladas, sopa, prato principal, suco e sobremesa, em um ambiente colorido e aconchegante.

Então fomos à Praça 25 de Maio para iniciar um tour a pé, contratado junto ao Guru Walk.

Conhecemos o guia Limbert, de etnia Quéchua e três suíços.

Entre várias informações interessantes, sem dúvidas, o que mais marcou foi a impressão de que o povo boliviano foi muito judiado durante a sua história, com exploração desumana nos campos de minério e em vários conflitos que tiveram, como a Guerra do Pacífico, quando perderam para o Chile uma vasta porção de terra que era a sua ligação com o oceano. E, inclusive conflitos com o Brasil, onde também foram prejudicados. Limbert falou sobre as características das artes têxteis que revela muito sobre a cultura e a religiosidade dos povos que compõe a Bolívia.

Fomos a parte mais antiga da cidade e no caminho de volta também compramos comprimidos para o “soroche” (mal estar pela altitude) como precaução para a nossa viagem que passaria por locais ainda mais altos.

Estávamos na dúvida se iríamos a Potosí para conhecer o Cerro Rico, onde milhões de pessoas sofreram e morreram na extração de prata.

Arte têxtil


Dia 3 - Sucre

Saímos a pé para conhecer o Parque Bolívar e seus monumentos que remetem a França.

Então pegamos um “minibus” que nos levou até o “Parque Cretácico”, onde vimos os únicos vestígios de pegadas de dinossauros. Um lugar sem igual no mundo!

Depois negociamos com um taxista o serviço para nos levar ao Castelo da Glorieta e o Cemitério. O castelo foi residência de um príncipe e de uma princesa, condecorados pelo Papa.

Fizemos também uma visita guiada ao Cemitério General onde estão os restos mortais de Presidentes e curiosidades como os jazigos exclusivos para crianças.

A conversa com o guia sobre a situação econômica e política da Bolívia vou enriquecedora. O país está em uma crise de abastecimento de combustíveis e uma escassez de dólares.


A sociedade de Sucre é muito conservadora e a cidade é ainda mais segura do que outros locais como Santa Cruz de la Sierra, onde nos sentimos seguros em pleno centro.

Estávamos curtindo muito a viagem!


Dia 4 - Sucre / Uyuni


Combinamos com Guy e Simon, suíços que fizeram conosco o passeio a pé em Sucre, nos encontrarmos na rodoviária com o objetivo de pegarmos um transporte privativo para Uyuni.

Optamos por mudar o roteiro planejado de maneira a parar em Potosí no retorno.

Conseguimos encontrar um carro com um motorista experiente, ao invés de usar o aplicativo mais popular da cidade, o In Drive.

O trajeto foi espetacular! Paramos para observar uma enorme quantidade de alpacas e no percurso, descontraído, o motorista Ivan nos contou várias curiosidades.


As filas para abastecimento de diesel e gasolina estavam quilométricas. Pessoas ficam dias aguardando. E isso já estava afetando a oferta de passeios.

Conseguimos contratar um passeio privativo por 1250 bolivianos que inclui transporte, hospedagem e alimentação. Um valor muito abaixo do que seria uma expedição com essas características no Brasil.

O mal de altitude afetou a Vanessa que tomou alguns medicamentos. Eu, tomei uma pílula contra o
“soroche”, antes da viagem e chá de coca. Acho que por isso não senti dor de cabeça, náusea ou algo parecido. Estávamos a mais de 3 mil metros de altitude.

O dia era quente e a noite fria. Como nos desertos.

No domingo começaríamos a maior aventura da viagem e ficaríamos sem internet por um bom tempo.

 

Dia 05 - Uyuni / San Juan


Contratamos com a Uyuni Andean Travel uma expedição privativa de 3 dias. Ou seja, ao invés de irem 6 pessoas, capacidade máxima do veículo, fomos em 4. Brasileiros e suiços.Uma decisão que se mostrou acertada durante a viagem. Com o valor de 1440 Bs (cerca de R$ 800,00, por pessoa) tínhamos também a hospedagem, refeições com bebidas e ingressos em parques incluídos. Um valor incomparável aos preços brasileiros.

A viagem foi muito divertida e confortável. A medida que descobríamos novos lugares fortificávamos a amizade com os suíços.

Guy, mora em Medellín, Colômbia, e tem o idioma espanhol fluente. Seu pai é venezuelano. Simon trabalha em um banco na Suíça.

O maior deserto de sal impressiona! Resolvi andar de pés descalços para ver a sensação. Estava um pouco molhado. Tivemos sorte de conseguir chegar a ilha Incahuasi, pois no dia seguinte houve uma chuva que deixou o acesso impossibilitado, provavelmente até o período de término das chuvas, em março.

E a hospedagem no hotel de sal em San Juan foi inesquecível!

As paredes são de pedras de sal e o chão de sal moído, tipo sal grosso dos nossos churrascos. O chuveiro com água aquecida em caldeira era para aqueles que queriam pagar um adicional de 10 BOL.

Aquela foi a noite mais fria até então. Dentro do hotel estava quente, pois o sal parece ter absorvido a temperatura do dia ensolarado. Mas como não há calefação o frio passava pela janela do quarto.



Na cama havia quatro cobertores e um edredon. Usamos somente um de cada. Imaginem como deve ser o inverno.

No dia seguinte exploraríamos outros desertos.

Nosso guia-motorista nos transmitia segurança e passava informações básicas sobre os locais. Por isso fazíamos muitas perguntas.


Dia 06 - San Juan / desertos bolivianos.

A expedição exige um grande esforço do guia-motorista. Omar preparou o carro e o almoço.

Os outros grupos também se prepararam e todos saem no mesmo horário para que um auxilie o outro em caso de emergência.

A expedição percorre cerca de 1000 km pelos desertos em três dias e consome cerca de 180 litros de combustível. Em cima dos veículos são colocados galões de gasolina para viabilizar o consumo.

Omar comentou que como trabalha há mais de 15 anos com turismo, nota a diferença na quantidade de gelo nas montanhas e no volume de água nas lagoas, em resultado do aquecimento global.

Uma ferrovia corta os desertos e leva matéria-prima boliviana para o Chile para ser exportada.

Mais próximo ao fim do dia, após termos passado por um ponto de cerca 5000m de altitude, passamos pelos geisers que soltam vapor de água.

No hostel, depois do jantar fomos à piscina de água a cerca de 35ºC, temperatura natural. O mais difícil foi caminhar do hostel até lá no frio. E a volta quando nos perdemos no escuro e entramos sem querer em outra hospedagem.

Essa foi a noite mais fria da viagem.

Dia 07 - Reserva Nacional de Fauna Andina Eduardo Avaroa / Uyuni.

Que frio! Mas alguns turistas foram cedo para a piscina quente. Eu optei por uma caminhada sozinho para respirar ar fresco e observar a vida selvagem.

Depois do café da manhã saímos para explorar o parque e suas paisagens mais próximas ao Chile.

As lhamas, o vulcão Licancabur e as formações rochosas foram grandes atrações do dia.

O cansaço veio em virtude de tanta atividade e tanta variação de altitudes durante o percurso.

Mas era um cansaço bom de missão cumprida. A Vanessa precisava de descanso. Eu resolvi estender um pouco mais a programação com os nossos amigos suíços com o objetivo de jantar bem e tomar uns drinks.

Nos encontramos para um jantar com muitas risadas e memórias. A despedida foi breve pois devemos nos reencontrar. Guy pretende ir ao Brasil em fevereiro para ficar até o carnaval.

Mais tarde na noite, exaustos, começamos a buscar informações e planejar nossa programação em Potosí.

 

Dia 08 - Uyuni / Potosí

Pela primeira vez tomamos um ônibus intermunicipal. Este trajeto entre montanhas leva a uma das mais altas cidades do mundo, Potosí.

Na bandeira da Bolívia, a montanha que está representada é o Cerro Rico. Há cerca de 500 anos ela é explorada para a retirada de prata, chumbo, zinco e outros minerais.

No auge da exploração tinha mais habitantes do que em Paris.

Chegamos a tarde e visitamos o museu do Convento de Santa Teresa. Algo diferente foi a cobrança de uma taxa para fotografar. Que na verdade acabou valendo a pena, já que o que vimos nos surpreendeu bastante.

Uma senhora foi nossa guia e nos transmitiu informações interessantíssimas sobre como era a sociedade na época. Vinte e uma freiras da ordem das Carmelitas dos Pés Descalços, mulheres de família rica viviam ali e se dedicavam a diversas atividades, como cuidar dos jardins, costurar roupas dos religiosos, preparar remédios, orar…

Elas faziam votos de pobreza, obediência e castidade.

Ficamos chocados quando vimos os objetos que usavam para a autoflagelação.

Voltamos para o hostel Los Faroles, pelas calçadas estreitas, nos desviando dos cachorros e das pessoas.

Os motoristas de carros e ônibus apressados e barulhentos não respeitam os pedestres. Mas não chegam a desenvolver grandes velocidades no centro onde os veículos antigos de várias marcas asiáticas deixam o ar carregado de poluição.

Imagine caminhar em uma cidade alta, com o ar seco e toda essa poluição de veículos antigos movidos a diesel. Por isso íamos devagar.

Nos preparamos ainda mais para o frio da noite e demos a sorte de ver duas apresentações musicais em praça pública, parte de um Festival Internacional de Cultura. Demos uma baita sorte de estarmos em Potosí na ocasião de realização deste evento.

 

Dia 09 - Potosí

Saímos de táxi para visitar o Ojo del Inca, localizado a cerca de 26 km do centro de Potosí.

O vulcão que virou lagoa na cordilheira boliviana tem águas quentes e acesso ao público com taxa de entrada. No entanto, fomos informados que estava temporariamente fechado por um acidente onde um peruano veio a falecer.

Um senhor nos recebeu e explicou que essa pessoa saltou três vezes do trampolim que foi retirado. Na terceira não voltou mais.

Ele deu a entender que foi por falta de ar. Disse pra gente que poderíamos ficar em uma área bem restrita para não perdermos a viagem.

Aceitamos e aproveitamos a água quentinha e a bela paisagem enquanto o taxista nos esperava para voltar.

Valeu a pena!

Chegamos de volta à cidade, almoçamos no El Fogón, pagando 40 BOL por pessoa, com direito a saladas a vontade, prato principal, suco e sobremesa, o chamado menu.

Ou seja, para quem troca notas de Real por Bolivianos o valor fica em torno de R$ 23,00. Impossível encontrar algo parecido onde moramos.

Na sequência, fomos a agência Antiplano para realizar um tour nas minas do Cerro Rico. Foram brasileiros de Curitiba que estavam no nosso hostel que nos indicaram.

Estávamos em dúvida sobre se deveríamos fazer este tipo de atividade pela exploração que ocorre ali a cerca de 500 anos, conforme dito no post anterior.

Mas decidimos ver como era.

Sérgio foi o nosso guia. Pegamos uma caminhonete bem velha e chegamos a uma venda para comprar algumas oferendas para Tio. Nós compramos folha de coca os outros cigarros e um refrigerante.

Sérgio disse que na época da exploração espanhola essas figuras foram criadas. Estátuas de “Dios”, que os indígenas pronunciavam mais parecido com “Tio”, que controlavam os mineiros e davam sorte ou azar a eles. Esse personagem foi criado pelos espanhóis principalmente para aumentar a produtividade nas minas.

Assim, a crença dos mineiros de dar oferendas a Tio para ter sorte foi nos mostrada por Sérgio que disse que trabalha nas minas. Aquela noite ele voltaria para fazer 12 horas de trabalho. No dia seguinte trabalharia por 24 horas.

Quando nos aproximamos sentimos um cheiro de cigarro e nos deparamos com essa figura mitológica com um cigarro na boca.

Sérgio jogou folhas de coca em várias partes do seu corpo e álcool 95º em sua cabeça e em seu pênis gigante. Ele deu uma golada no álcool que doeu o meu peito só de ver.

Foi uma situação inusitada. Dava vontade de rir, porém de maneira discreta, pois sabemos que devemos respeitar as crenças dos outros.

Continuamos a incursão sempre atentos aos carrinhos que eram empurrados por mineiros e que cheios pesavam cerca de 2 toneladas.

Quando o guia dizia “guarda”, nós afastávamos da linha férrea.

Mais adentro a umidade diminuía e a temperatura aumentava. Ficou evidente que a montanha era repleta de “furos” com um “queijo suíço”.

Em um determinado momento ele perguntou se queríamos subir uma escada para um local de maior dificuldade de acesso, mas como era difícil optamos por não ir.

O ar estava cheio de partículas e Sérgio falou sobre os inúmeros perigos de uma mina, inclusive o sacrifício de crianças que costumam trabalhar a noite, em troca de sorte. Isso mesmo, tem mineiros que jogam crianças em buracos enormes. Algo surreal!

Incrédulos, saímos da mina pensativos, mas com um maior conhecimento sobre como se dá esse trabalho tão degradante.

Chegamos ao hostel para nos preparar para o frio da noite e acompanhar um desfile de roupas antigas (as “choulas”).

Deu tempo ainda de procurar na internet um restaurante tradicional onde tomamos uma deliciosa sopa com colher de madeira no restautente El Señoral.

O garçom, de etnia quéchua foi muito simpático e com um jeito doce nos deu um pedaço de papel com palavras escritas em quéchua e sua tradução para o espanhol.

Que dia!

 

Dia 10 - Potosí / Sucre / Santa Cruz de la Sierra.

Tomamos um belo café da manhã no hostel Los Faroles e fomos à Casa de Moeda para um tour nas suas dependências.

O monitor José explicou sobre as mudanças que as moedas passaram em toda a história. Desde os tempos de colônia, quando tinha boa parte da sua composição em prata e por isso as pessoas as raspavam para ficar com o material, até os tempos atuais, que pelos elevados custos são feitas no Canadá.

Ficamos impressionados sobre como se dava o trabalho dos escravizados indígenas em ambientes com altas temperaturas.

Vimos belas pinturas e entre elas a da Santa que era retratada com formato idêntico ao da grande montanha.

Em uma sala, vimos diversos minerais e entre elas a Bolivianita, de cor roxa, pedra símbolo do país.

Inúmeras peças feitas de prata também estavam expostas.

Muito legal!

Então começamos a viagem de ônibus entre Potosí e Sucre para depois pegarmos um voo para Santa Cruz, de onde viajaríamos de volta ao Brasil no dia seguinte.

No trecho de ônibus o motorista parou na entrada de Sucre para abastecer e evitar filas no seu retorno. Algo inimaginável.

Fizemos uma escala em Cochabamba e chegamos tarde em Santa Cruz de la Sierra depois de dois voos atrasados.

Ficamos no melhor quarto de toda a viagem, com direito a sauna no mesmo ambiente. Nunca tínhamos visto algo parecido.

Dia 11 - Santa Cruz de la Sierra / aeroporto Viru Viru / Santa Cruz de la Sierra

Era o dia da despedida. Como passamos a noite no melhor hotel da viagem resolvemos descansar pela manhã para pegar o voo na hora do almoço.

Mas recebemos uma mensagem informando que o horário do voo foi remarcado. Isso aconteceu duas vezes e o último horário previsto de saída era às 17:00.

Resolvemos dar uma última passeada para fazer algumas comprinhas e almoçar no Irish Pub.

Voltamos ao hotel, descansamos um pouco e fomos ao aeroporto. Chegamos às 16:05 e não vimos ninguém na área de check in da companhia Gol.

Tinham encerrado pré check in. Bateu um desespero!

Depois de algumas tentativas de falar com alguém que nos pudesse ajudar, chegou um funcionário da empresa que disse que não teria jeito.

E uma outra disse que tentaria dos colocar no voo do dia seguinte.

Por sorte conseguimos sem custo.

Foi uma mistura de desapontamento, já que foi a primeira vez que perdemos um voo, com alívio e depois com a satisfação de termos ganhado mais uma noite e algumas horas.

Então resolvemos curtir para valer! Retiramos 500 bolivianos no caixa eletrônico e fomos para a farra.

Passamos pela praça principal da cidade mais populosa da Bolívia que estava cheia de pessoas, com temperatura bem superior à dos últimos dias e um clima super familiar.

Escolhemos o bar Mojitos, que tinha rock ao vivo e promoção de happy hour. Quatro mojitos, quatro cervejas, uma Michelada e um drink com Baileys foi a nossa cota de bebidas. Estávamos relaxados, sem medo das consequências da dor de cabeça em virtude das grandes altitudes que enfrentamos em quase toda a viagem.

Uma noite engraçada e memorável, com rock em espanhol de boa qualidade e um público que curtia sentado. Diferente de como seria no Brasil.

 

Domingo 01 de dezembro de 2024

Dia 12 – Despedida e reflexões.

Desde 2009, com uma nova constituição, a Bolívia passa a ser denominada Estado Plurinacional. Isso deu maior representatividade as diferentes etnias que compõe o pais, no qual 70% são indígenas ou descendentes.

Acredito que a Bolívia não seja um dos destinos preferidos por brasileiros. Mas o salar de Uyuni vem impulsionando o destino. É um lugar diferenciado e único para quem gosta de fazer belas e interessantes fotos.

Como todos os destinos há fatores bons e ruins para quem viaja.

Uma das grandes dificuldades é a grande altitude em várias cidades, como Sucre, Uyuni, La Paz e Potosí. Não é fácil lidar com o mal de altitude. Só passando por isso para saber.

Se por um lado o país é barato, conforme mencionamos em nosso relato, por outro há uma dificuldade de usar cartões de crédito para pagamentos. Mas já que as conversões de moeda em pagamentos em cartão são desfavoráveis para o comprador, aconselhamos que levem a maior parte, ou toda a previsão de gastos em espécie. Reais são facilmente trocados por um câmbio bem vantajoso.

Exemplos de conversões em novembro de 2024:

Em notas de Reais: R$ 100,00 = 185,00 BOL

Retirada em caixa eletrônico com cartão de crédito: taxa de US$ 8,00 por transação. 185,00 BOL = US$ 27,00 = R$ 165,00 + 4,38% de IOF

Pagamento em cartão de crédito: 185,00 BOL = US$ 27,00 = R$ 165,00 + 4,38% de IOF.

Nesta viagem gastamos menos de R$ 500,00, por pessoa, por dia, contando todas as despesas, inclusive passagens aéreas. Um valor que consideramos baixo para uma viagem internacional.

Uma questão para os que gostam de serviço de alta qualidade é que eles são mais escassos do que no Brasil. Ou seja, há pouca oferta de serviços, como restaurantes de alta gastronomia, ou hospedagem de luxo. Os serviços são um pouco lentos e os bolivianos, no geral, não atendem com grande receptividade, com um sorriso no rosto.

Mas os bolivianos são justos. Não querem se aproveitar, enganando os turistas. E os restaurantes mais caros ainda são uma pechincha para os brasileiros.

A segurança é um aspecto bem positivo. Não nos sentimos inseguros em nenhum momento, mesmo na cidade mais populosa, Santa Cruz de la Sierra.

Alugar um carro não nos parece ser uma decisão inteligente. O trânsito é caótico e os motoristas são barulhentos. Adoram buzinar. Estacionar o carro também pode ser um problema.

Percebemos que a oferta de frutas é bem grande. E nesse aspecto lembra o nosso país. No entanto as condições de higiene no que se diz respeito aos hábitos alimentares são bem precários. Acho que demos sorte em não termos passado por nenhuma dor de barriga ou infecção.

Mas os bolivianos parecem valorizar o seu passado e a sua história sofrida. Os museus nos quais tivemos têm um rico acervo em ótima conservação.

Enfim, fizemos uma viagem espetacular e com vontade de voltar para conhecermos Cochabamba, La Paz e Copacabana, com o lago Titicaca.

A Vanessa teve um curso intensivo de Espanhol e eu também aprendi e pratiquei muito o idioma.

Quem sabe, em breve, estaremos de volta.

sábado, 6 de maio de 2023

Audioguia é novidade para um passeio informativo nos Jardins de Santos

 


Quando se pensa em audioguias talvez grande parte das pessoas vai se lembrar de algum museu onde esta tecnologia estava disponível à venda.


Na entrada daquele museu, a pessoa teria a opção de pagar por um aparelhinho conectado a um fone de ouvido para ouvir, em seu idioma, os detalhes sobre as peças do acervo daquele equipamento turístico.

O princípio é o mesmo, mas atualmente as opções se encontram em muitos novos formatos e em novos ambientes.

Em Santos, por exemplo, antes da pandemia, o Museu do Café oferecia a ferramenta, mas desativou o recurso por precaução de ordem sanitária. Na sala que abriga a exposição de longa duração e que retrata as principais profissões do mercado cafeeiro o visitante podia ouvir, através de fones em pontos fixos, relatos de trabalhadores que desempenhavam aquelas funções.

A primeira iniciativa do poder público na cidade foi implantada em 2021, no Museu Pelé, com um guia de áudio acessado via QR Code, no idioma Português. Posteriormente foi ampliado para os idiomas Inglês e Espanhol.

Recentemente, a Secretaria de Empreendedorismo, Economia Criativa e Turismo implantou no passeio do bonde turístico um guia nos idiomas Inglês e Espanhol e em Libras que complementa as explanações orais dos guias de turismo que ficam no bonde e falam sobre os prédios históricos do centro.


E a última novidade é trazida pela Parceiros do Turismo (agência de passeios que opera city tours e Rotas Temáticas sobre o Pelé, o café e as cervejas artesanais de Santos) com um tour guiado pelos mais importantes monumentos dos Jardins da orla da praia de Santos.

Estreando em Português e com o áudio do guia de turismo Diogo D. F. Lopes, é uma iniciativa em parceria com a startup brasileira Glocal Audioguide e que transmite de forma descontraída, informações relevantes daquele que é o maior jardim de orla de praia do mundo, reconhecido pelo Guiness Book.

O passeio é bem parecido ao que a Parceiros do Turismo realiza em datas agendadas e com a presença
de um guia de turismo. Tem início no bairro do Gonzaga (Praça das Bandeiras) e termina na Ponta da Praia. Entre os assuntos e monumentos abordados estão: Saturnino de Brito, canais de Santos, Emissário Submarino, surf, estátua do leão, curiosidades sobre os jardins, Vicente de Carvalho e prédios tortos.

“Eu indico esse recurso para quem quer conhecer a cidade de forma independente, ou mesmo para quem não pode estar nos dias em que os passeios presenciais são realizados, pois o passeio com um guia e com outras pessoas é sensacional”, comenta Diogo Lopes.


A empresa também aluga bicicletas para viabilizar a diversão de turistas e santistas que querem ter uma nova visão sobre a cidade.

O audioguia está com valor promocional de lançamento: https://app.glocalaudioguide.com/#/product/jardinsdaorladesantos

O aplicativo Glocal Audioguide pode ser baixado via Play Store em aparelhos com sistema Android ou Apple Store nos dispositivos iOS.

Atendimento: 13 997719825 – Parceiro do Turismo

terça-feira, 27 de abril de 2021

O conhecimento gastronômico na rotina do Guia de Turismo.

 


Quando se trata de receber bem o turista, as agências e os guias de turismo, em grande parte dos casos, devem oferecer um tempo para refeições. Isso pode acontecer tanto em passeios curtos de três ou quatro horas, como nos programas longos, que podem durar dias.
Algumas agências determinam quais são estabelecimentos de alimentos e bebidas que serão contemplados no programa negociando previamente os valores e o cardápio. Mas muitas vezes, principalmente em passeios privativos, o guia tem a tarefa de sugerir o restaurante a ser utilizado.
Analisando o perfil dos seus clientes e questionando-os sobre seus desejos, o guia tende a ser assertivo na escolha. É importante saber, por exemplo, se o turista busca um lanche rápido para continuar a programa, ou se gostaria de ter mais tempo para conhecer a culinária local e seus ambientes gastronômicos.
Sua expectativa de gasto também deve ser analisada. Afinal, não é bom que o cliente gaste acima do que poderia ou gostaria, mas também não há satisfação quando as expectativas são grandes e a comida, o serviço ou o ambiente não as atendem.
Falando sobre a capital, certamente o local onde mais levo turistas é o Mercado Municipal. Lá, destaco o restaurante Salada Paulistana e os boxes dos Irmãos Gomes, principalmente pelo bom atendimento. Estes locais oferecem, como em tanto outros os sanduíches de mortadela e os pasteis de bacalhau, os queridinhos do Mercadão.
E como não podemos deixar de comentar, principalmente para estrangeiros, sobre a feijoada como prato de destaque nacional, há dois estabelecimentos que servem todos os dias. O famoso Bolinha, onde dizem que há a melhor feijoada do Brasil e o Consulado Mineiro.
A localização do restaurante pode facilitar a logística do passeio. Neste caso, aproveitando as visitas ao Beco do Batman, conheci o Canto da Madalena, com ótima comida nordestina e decoração marcante. E aproveitando as andanças pelo centro histórico há várias opções como o Bovinu´s da Rua XV de Novembro, para um almoço rápido e de qualidade no sistema “por quilo” e a tradicionalíssima Casa Mathilde, para um cafezinho com um dos inúmeros doces portugueses, como o pastel de nata.
Quando há tempo para o deslocamento a Rua do Pinheiros, por exemplo, é um local com várias opções, assim como a Rua Avanhandava, ótima escolha noturna, principalmente para as massas.
Fogo de Chão e Vento Aragano são boas opções para churrasco no sistema rodízio. Geralmente frequento esses locais levando grupos.

E há vários outros que representam bem a nossa culinária, como Dalva e Dito, Figueira Rubayat, Consulado Baiano e A Mineira. Cito apenas os que me vêm à cabeça.
O conhecimento do guia e sua perspicácia em pesquisar são importantes quando os clientes têm suas necessidades ou preferências relacionadas às restrições alimentares ou suas crenças culturais e religiosas, por exemplo. É o caso de judeus e povos muçulmanos que podem buscar comida kosher ou halal. E mesmo em São Paulo, a capital gastronômica nacional, não é fácil encontrar. Indianos também adoram ir em restaurantes que oferecem suas comidas. Neste caso, adorei o Samosa, no Jardins.


E o mesmo acontece com os chineses. Há boas opções na Liberdade.
Guias de turismo, são colegas que podem dar boas dicas.
Enfim, a decisão da escolha do local para se alimentar é muito importante para a satisfação do turista. Pode ser a doce cereja do bolo ou gerar insatisfação pela inadequação ou mal serviço prestado no local e consequentemente afeta a satisfação geral com relação aos serviços prestados.
Por isso, conhecer uma ampla gama de possibilidades é importante tanto para o guia, quanto para as agências. E a familiaridade com o ambiente e os funcionários ajuda a fluência e a qualidade dos serviços. O guia precisa fazer um bom briefing antes da chegada. Falar como funciona o sistema de atendimento, o que está incluso (se estiver) e estar sempre atento dentro do restaurante para auxiliar no atendimento ou indicar o local dos sanitários, por exemplo.
Somos os últimos a nos acomodar para a refeição. E nesse momento, tem vezes que compartilhamos a mesa com nossos clientes e outras com colegas de trabalho. Mas certamente é um dos melhores momentos do dia!
Guias de turismo são agentes influenciadores. Por isso devem ser bem tratados! Rs

sexta-feira, 12 de junho de 2020

A Nossa Cultura Futebolística





Nem todo o brasileiro gosta de futebol. Mas certamente todos nós sabemos sobre a importância que o esporte tem na nossa sociedade. Inicialmente jogado por trabalhadores das ferrovias inglesas ou por tripulantes de navios, ele foi oficialmente introduzido no Brasil por Charles Muller. O futebol ganhou notoriedade, tornou-se o esporte nacional e o mais popular em todo o mundo.

Como guia de turismo acredito que o Museu do Futebol em São Paulo é o melhor lugar para explorar essa bela história e entender a sua importância. É um local que desconstrói a imagem que podemos ter de um museu pela maneira como é elaborado e gerido. Montado dentro do histórico estádio do Pacaembu, ele possui exposições temporárias com temas interessantes e conectados com a atualidade. Trabalha recursos tecnológicos de multimídia, com interatividade, e acima de tudo, estimula o visitante a estar em contato com as emoções propiciadas pelo futebol. As emoções dos jogadores e de outros profissionais que trabalham com o esporte, mas também as dos torcedores e dos praticantes do futebol, aguçando suas memórias afetivas.

 
Minhas memórias afetivas

Em uma das fotos mais antigas que tenho estou no jardim da praia de Santos, ainda criança, com uma   Logo comecei a brincar nas areias da praia onde cresci jogando futebol. No ambiente praiano as condições climáticas ditam a condição do futebol. Maré, umidade da areia, velocidade do vento e a intensidade do sol fazem cada brincadeira ser única.
bola azul que tinha a imagem de um patinho. Tive aquela bola por muitos anos.

Ainda quando pequeno, na ausência da “redonda”, a bola, a criatividade era a maior aliada para aqueles que queriam “jogar futebol”. Tampinhas de garrafa, latinhas, meias, papel, durex, eram exemplos de matéria prima para a confecção da “bola”. E o jogo tomava novas formas como a “malha”, o “três dentro e três fora”, o “lelezinho” e a “rebatida”. Em Santos, durante a adolescência, criamos o “tablado” similar ao futevôlei, mas em campo reduzido, com uma rede mais baixa e com a possibilidade de a bola tocar no chão. Meus amigos se orgulham por termos criado essa brincadeira difundida a partir da praia do Embaré, onde está o CPE (Centro de Paquera do Embaré), muito frequentado por nós.

Já fui torcedor do Santos e carrego um enorme carinho pelo time. Mas apesar de ter competido jogando futebol de salão pelo clube e de ter conhecido o Pelé, antes de um jogo em plena Vila Belmiro, acabei “virando casaca”, encantado com o futebol que o São Paulo F. C. mostrava no início da década de 90, quando o técnico Telê Santana comandava um time sensacional.
Meu tio Careca, nascido em Santos, foi jogador do extinto Colorado de Curitiba e do Palmeiras, na época do grande Ademir Da Guia. E meu pai foi jornalista, acompanhando o Santos F. C. em jogos amistosos nos Estados Unidos e no Canadá.


Essa paixão e conhecimento sobre o futebol me aproximou do esporte profissionalmente. Não como
jogador, e olha que muitos diziam que eu teria futuro, mas de outras maneiras.


Trabalhando com o futebol

Dois anos antes da Copa do Mundo de 2014 já buscava essa oportunidade e ingressei em uma empresa credenciada como vendedora exclusiva pela FIFA dos ingressos de camarotes. Eu visitava representantes de grandes empresas difundindo a ideia de que ao adquirir o acesso ao grande evento mundial do ano a empresa estaria adquirindo, também, uma grande oportunidade de promover o marketing de relacionamento, tanto com os seus clientes, como com os fornecedores e com os seus colaboradores. Essa foi uma das minhas experiências relacionadas ao turismo e vestido de terno e gravata. Tipo, um “executivo do futebol”.


Mas melhor ainda foi me afastar da empresa e ver que poderia voltar a atuar como guia de turismo e vivenciar o evento de outra maneira. A grande dificuldade estaria em atuar como guia em São Paulo, pois não tinha experiência na capital. As oportunidades apareceram e foram diversas, desde apenas levar turistas até os jogos no “Itaquerão”, como fazer city tours em São Paulo e levar um grupo de holandeses para o Rio de Janeiro, onde ficamos acampados na região do Recreio para que pudessem assistir a um jogo no dia seguinte no Maracanã.

Terminada a Copa do Mundo tive a oportunidade de levar turistas ao já citado Museu do Futebol e ao maior estádio privado do Brasil, o Morumbi, o estádio do amado Tricolor.

E nas minhas andanças pelo mundo, as vezes a trabalho, outras a lazer, pude conhecer outros estádios em visitas monitoradas como o Camp Nou, em Barcelona, o Karaiskákis, em Pireus (Grécia), o Green Point, na Cidade do Cabo (África do Sul) e o Centenário, em Montevidéo. E fui a jogos nos estádios, Garcilaso, em Cusco, no Atanasio Girardot, em Medelin, no Alejandro Serrano Aguilar, em Cuenca e no famoso La Bombonera, em Buenos Aires, cujo museu também é ótimo.


Devido a minha relação com Santos e a maravilhosa história do clube que é conhecido mundialmente pelas conquistas da Era Pelé, busquei uma aproximação e viabilizei entre outras experiências, através da minha agência de viagens, a ida de torcedores a partir de São Paulo para assistir aos jogos do Peixe pela Copa Libertadores da América. “Descíamos a serra”, promovendo conversas, brincadeiras e sorteios durante o trajeto. Voltei a torcer pelo Santos naqueles momentos!

Aproveitando essa identificação com o futebol criei o programa Futebol Total, em São Paulo, o Santos do Futebol e o Rota Pelé, o Rei do Futebol.

E contratado como guia de turismo levei pessoas para jogos de futebol. Já fui ver o Palmeiras, o Corinthians, já fui com estudantes americanos no grande clássico Fla x Flu, em um belo domingo no Maracanã e em uma final de Campeonato Paulista do próprio Santos.

Independentemente do time que torcemos, como guias de turismo, temos que ser como os jogadores de futebol: vestir a camisa com determinação e “entrar em campo” para proporcionar um bom espetáculo.

Enfim, acho importante que o guia de turismo se identifique e conheça bem o conteúdo daquilo que transmite aos seus clientes. Mesmo quando um turista estrangeiro não acompanha o futebol, eu o convido para conhecer um pouco mais sobre o esporte que é tão presente na nossa cultura.

Afinal, é fascinante a história que mostra o futebol como um esporte inicialmente praticado pela elite branca e que passou a ser um esporte das massas, onde um negro chamado Pelé se tornou a maior expressão deste encanto.